Movimentos propõem agroecologia como saída contra a fome e a pobreza , confiram essa matéria!
Produtores agroecológicos reivindicam a reestruturação do aparato federal de apoio para produzir e distribuir alimentos saudáveis
Cida de Oliveira, RBA - Movimentos ligados à produção familiar e sustentável de alimentos em todo o país defendem a agroecologia para combater a fome e a pobreza. E reivindicam a reestruturação do aparato federal de apoio ao meio rural para produzir, distribuir e vender alimentos saudáveis.
A Articulação Nacional de Agroecologia lançou nesta quarta-feira (14) o relatório Brasil, do flagelo da fome ao futuro agroecológico. O estudo analisa o desmonte de políticas públicas federais de apoio à agricultura familiar, agroecologia e segurança alimentar e nutricional pelo governo de Jair Bolsonaro. E expõe impactos dessas medidas, como desabastecimento, aumento dos preços dos alimentos e ressurgimento violento da fome, que atinge mais de 33 milhões de pessoas. Além disso, apontam para um futuro desejado no campo agroecológico, considerando a conjuntura dos próximos quatro anos.
Os autores do relatório ouviram lideranças desses movimentos, de redes de negócios sustentáveis e de organizações. Com os dados levantados, constataram que o desmonte do setor também favoreceu setores do agronegócio e a indústria de alimentos processados.
“Não há dúvidas de que os desmontes em curso foram fruto da entrada de uma nova coalizão de atores na estrutura do Estado, os quais defendem o Estado mínimo, a existência de uma única agricultura no Brasil e não reconhecem a importância e a diversidade de modos de vida da agricultura familiar e camponesa”, disse a pesquisadora Catia Grisa, do programa de pós-graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Agroecologia na superação da fome
“A análise trouxe muitos resultados interessantes. Mas o principal deles é desvelar que o que ocorreu com as políticas agrícolas, ambientais, alimentares e de desenvolvimento rural nos últimos anos resultou de uma estratégia deliberada para favorecer determinados setores das elites agrárias e financeiras, em detrimento da ampla maioria da população brasileira”, disse o pesquisador Paulo Niederle, que também atua na UFRGS.
Para a Articulação Nacional de Agroecologia, o conjunto de temas identificados como prioritários na agenda do movimento agroecológico aponta para uma convergência. O entendimento de que a superação da fome e a promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional constituem uma urgência absoluta.
As organizações alertam que a superação da fome e da pobreza só será possível com a garantia do direito à terra e ao território, a realização da reforma agrária, o direito à educação e à saúde, a promoção da igualdade de gênero e de raça/cor/etnia e o combate aos preconceitos, entre outras questões que, sob diferentes aspectos, se relacionam diretamente com o conceito da agroecologia.
Fonte: Portal 247 15 de setembro de 2022.
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