Furnarius rufus , conhece esse animal ? um verdeiro engenheiro!




João-de-barro

Detalhar som


Classificação Científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
SubOrdem: Tyranni
Parvordem: Furnariida
Superfamília: Furnarioidea
 Gray, 1840
Família: Furnariidae
 Gray, 1840
Subfamília: Furnariinae
 Gray, 1840
Espécie: F. rufus
Nome Científico
Furnarius rufus
(Gmelin, 1788)
Nome em Inglês
Rufous Hornero

Estado de Conservação Pouco Preocupante

Fotos | Sons

João-de-barro

O joão-de-barro é uma ave passeriforme da família Furnariidae.
Seu nome significa: do latim Furnarius= padaria, forno de padaria; rufus= vermelho ⇒(ave vermelha construtora de fornos.)
Conhecido também como barreiro, joão-barreiro (RS), maria-barreira (BA), forneiro, pedreiro, oleiro, hornero (ARG) e amassa-barro. A fêmea é conhecida como “joaninha-de-barro”, “maria-de-barro” ou “sabiazinho” em certas regiões. É conhecido por seu característico ninho de barro em forma de forno. O joão-de-barro é tido como passarinho trabalhador e inteligente. Seu canto parece uma gargalhada (no Sul dizem que, quando ele canta, é sinal de bom tempo) e também dizem que ele faz o ninho na direção contrária à da chuva, e é amigo de todos, lutando para salvar seu ninho.
Dentre as várias canções populares sobre o joão-de-barro, uma se destacou nas vozes de Tonico e Tinoco, relatando umas das crendices populares sobre o pássaro:
O joão-de-barro pra ser feliz como eu
Certo dia resolveu
Arranjar uma companheira

No vai e vem com o barro da biquinha
Ele fez uma casinha
Lá no galho da paineira

Toda manhã o pedreiro da floresta
Cantava fazendo festa
Pra'quela que tanto amava

Mas quando ele ia buscar o raminho
Para construir seu ninho
O seu amor lhe enganava

Mas nesse mundo o mal feito é descoberto
João-de-barro viu de perto
Sua esperança perdida

Cego de dor trancou a porta da morada
Deixando lá sua amada
Presa pro resto da vida

Que semelhança marcando meu calendário
Só que eu fiz o contrário
Do que o joão-de-barro fez

Nosso Senhor me deu calma nessa hora
A ingrata eu pus pra fora
Onde anda eu não sei

Características

Mede 18 a 20 centímetros de comprimento e pesa 49 gramas. Possui o dorso inteiramente marrom avermelhado (por isso o epíteto específico rufus). Apresenta uma suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. Rêmiges primárias (penas de voo, nas asas) anegradas, visíveis em voo, com as asas abertas. Ventralmente é de coloração clara (alguns indivíduos podem possuir o peito, flancos e barriga amarronzados, semelhante ao dorso), sendo o queixo e pescoço brancos. Excetua-se a cauda, que é avermelhada tanto dorsal quanto ventralmente. É uma das aves de mais fácil observação nos locais onde ocorre, pois além de não se afastar muito de seu território não é nem um pouco arisca, deixando o observador chegar a poucos metros de distância. Quando não está empoleirada desce ao solo, onde passa boa parte de seu tempo caminhando de modo bem típico, alternando pequenas corridas com intervalos nos quais anda mais devagar.

joão-de-barro adulto

joão-de-barro jovem

Subespécies

Possui cinco subespécies:
Furnarius rufus rufus (Gmelin, 1788) - Sul do Brasil e Uruguai até a região central da Argentina.
Furnarius rufus albogularis (Spix, 1824) - Sudeste do Brasil (Goiás, Bahia, Minas Gerais e São Paulo).
Furnarius rufus commersoni (Pelzeln, 1868)- Oeste do Brasil (Mato Grosso) e áreas adjacentes da Bolívia.
Furnarius rufus schuhmacheri (Laubmann, 1933 ) - Norte da Bolívia (região de La Paz e Beni até Tarija).
Furnarius rufus paraguayae (Cherrie & Reichenberger, 1921) - Paraguai e Norte da Argentina.

Indivíduos com plumagem leucística


joão-de-barro (Furnarius rufus)

joão-de-barro (Furnarius rufus)

joão-de-barro (Furnarius rufus)

joão-de-barro (Furnarius rufus)











O que é leucismo?
O leucismo (do grego λευκοσ, leucos, branco) é uma particularidade genética devida a um gene recessivo, que confere a cor branca a animais geralmente escuros.
O leucismo é diferente do albinismo: os animais leucísticos não são mais sensíveis ao sol do que qualquer outro. Pelo contrário, são mesmo ligeiramente mais resistentes, dado que a cor branca possui um albedo elevado, protegendo mais do calor.
O oposto do leucismo é o melanismo.

Alimentação

O pássaro, revirando as folhas, busca cupins, formigas ou içás no solo ou sob troncos caídos. Alimenta-se também de outros invertebrados, como minhocas e possivelmente moluscos. Aproveita restos alimentares humanos, como pedaços de pão.

joão-de-barro se alimentando

Reprodução

Juntos, o casal constrói um ninho interessante, em formato de forno de barro, o qual pode ser facilmente identificado no alto de árvores e postes em regiões campestres. No interior do ninho há uma parede que separa a entrada e a câmara incubadora, construída para diminuir as correntes de ar e o acesso de possíveis predadores. Utiliza como matéria-prima o barro úmido, esterco e palha, cujas proporções dependem do tipo de solo (se arenoso, a quantidade de esterco chega a ser maior do que a de terra).
Não utiliza o mesmo ninho por duas estações seguidas, parecendo realizar um rodízio entre dois a três ninhos, reparando ninhos velhos semi-destruídos. Quando não há mais espaço para a construção de novos ninhos, o pássaro o constrói em cima (até 11) ou ao lado do velho.
Em locais urbanizados, quando faltam suportes adequados, o joão-de-barro faz seu ninho até no peitoril de janelas. Neste caso ele escolhe o encontro entre a janela e a parede, assim como escolhe o encontro de galhos quando faz ninho em árvores. As janelas devem estar em locais altos e de difícil acesso. Em locais descampados, com pouca ou nenhuma árvore alta, e como medida de proteção à espécie, recomenda-se erguer postes altos dotados de travessas horizontais, que serão usados para sua nidificação.
A construção do ninho demora entre 18 dias e 1 mês, dependendo da existência de chuvas e, portanto, de barro em abundância. O ninho pesa em torno de 4 quilos e às vezes ocorre a construção de vários deles, sobrepostos (até 11), em anos consecutivos. Põe de 3 a 4 ovos, a partir de setembro, e a incubação dura de 14 a 18 dias. O casal chega sempre em posições diferente da árvore, ora por cima, ora por trás, esquerda ou direita. (DEMIS BUCCI, Observação Pessoal) O casal, além de revezar na construção, em alguns momentos divide tarefas, sendo que um fica no ninho ajeitando o barro e o outro traz o material. (DEMIS BUCCI, Observação Pessoal)
Uma vez abandonados, os ninhos são reutilizados por outras espécies de aves (canário-da-terra-verdadeirotuimpardal e andorinhas). Também são reutilizados por lagartixas, rãs, pequenas cobras, ratos silvestres e até por abelhas.

Casal de joão-de-barro

Ninho de joão-de-barro

Filhote de joão-de-barro

Hábitos

É muito comum em paisagens abertas, como campos, cerrados, pastagens, ao longo de rodovias e em jardins. Caminha pelo chão em busca de insetos, frequentemente pousando em postes, cercas, galhos isolados e outros pontos que permitam uma boa visão dos arredores. Vive geralmente aos casais. Canta em dueto (macho e fêmea juntos, cada qual de um modo um pouco diferente) nos arredores do ninho, em postura altiva e tremulando as asas, com um canto extremamente estridente. Há várias lendas sobre esta espécie e a mais famosa, que já virou até tema de uma canção intitulada João-de-barro, diz que se o macho for traído ele pode trancar a fêmea no ninho até que ela morra. Tal comportamento nunca foi registrado cientificamente. Uma provável dificuldade para a utilização dos ninhos é a temperatura de seu interior, que lhes confere o nome forno tanto no nome científico Furnarius quanto no nome em espanhol hornero. Esta ave tipicamente campestre vem aumentando significativamente tanto a sua distribuição quanto abundância. É a ave símbolo da Argentina.

Bando de joão-de-barro

Lendas a respeito

Diz-se que havia um homem chamado João. Ele era um homem muito bondoso e fazia casas com barro e capim, cuidando sempre para fazê-las na posição correta (viradas para o nascer do Sol). Ele era tão bondoso que não cobrava nada para construir casas. Depois de muitos e muitos anos, Deus achou melhor ele descansar ao seu lado. Todos entraram em prantos por causa da morte de João. Para consolá-los, Deus criou o “João-de-barro”, fazendo sua casa de barro e capim, sempre virada para o nascer do Sol.
Um dia, conta-se, brigou com Tapera (andorinha), que chegou a dominá-lo e despejou-o do ninho ainda em construção. A fêmea ajudou na construção do ninho, mas parece não ter sido constante, abandonando o macho. O joão-de-barro é fiel até o fim e, por isso, quando percebeu que a esposa mudou de amor, tampou a abertura da casa, fechando-a para sempre.

Ninho de joão-de-barro

Casal de joão-de-barro

Predadores


caburé (Glaucidium brasilianum) predando joão-de-barro

Distribuição Geográfica

Um dos pássaros mais populares das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste de nosso País. Está presente em áreas não florestadas, desde o sul até os estados de Goiás, Piauí e Alagoas. Recentemente tem ampliado seus limites para regiões onde tem ocorrido o desmatamento de grandes áreas, como o sudeste do Pará. Encontrado também na Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.

  Ocorrências registradas no WikiAves

Referências


Fonte: http://www.wikiaves.com.br/joao-de-barro

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