Já que tu vai lá pra feira... traga de lá para mim... leiam trechos das canções de Elomar!
O Auto da Catingueira
Elomar Dos Pedidos
Já que tu vai lá pra feira
traga de lá para mim
Água da fulô que cheira,
Um novelo e um carrim
Traz um pacote de miss
Meu amigo Ah! Se tu visse
Aquele cego cantador
Um dia ele me disse
Jogando um mote de amor
Que eu havera de viver
Por este mundo e morrer
Ainda em flor
Passa naquela barraca
Daquela mulé resera
Onde almoçamo paca,
Panelada e frigideira
Inté você disse uma loa
Gabando a bóia boa
Das casas da cidade
Aquela era a primeira
Traz pra mim umas brevidades
Que eu quero matar a saudade
Faz tempo que eu fui na feira
Ai saudade...
Ah! Pois sim, vê se não esquece
D'inda nessa lua cheia
Nós vai brincar na quermesse
Lá no riacho d'areia
Na casa daquele homem,
Feiticeiro curador
O dia inteiro é homem
Filho de Nosso Senhor
Mas dispois da meia noite
É lobisomem comedor
Dos pagão que as mãe esqueceu
Do Batismo salvador
E tem mais dois garrafão
Com dois canguim responsador
Ah! Pois sim vê se não esquece
De trazê ruge e carmim
Ah! Se o dinheiro desse
Eu queria um trancelim
E mais três metros de chita
Que é pra eu fazê um vestido
E ficar bem mais bonita
Que Madô de Juca Dido,
Zefa de Nhô Joaquim
Já que tu vai lá pra feira
Meu amigo, tras essas coisinhas
Para mim
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Das viola da morte
trecho
Sinhores dono da casa
o cantadô pede licença
prá puxá a viola rasa
aqui na vossa presença.
venho da banda do Norte
cum pirmissão da sentença
cumprino mia sina forte
já por muitos cunhicida
buscano a inlusão da vida
ou os cutelo da morte
e das duas a prifirida
a qui mim mandá a sorte.
Já qui nunciei quem sô
dêxo meu convite feito
pra qualqué dos cantadô
do qui se dá pur respeito
aqui qui pru acaso teja
nessa função de aligria
e prá qui todos me veja
pucho alto a cantoria
nessa viola de peleja
qui quano num mata aleja
cantadô de arrilia
só na iscada dua igreja
labutei cua duza um dia
cinco morrêro d'inveja
três de avêcho, um de agunia
matei os bichos cum mote
qui já me deu três muié
é a história dum cassote
cum cuati e cum saqué
o cassote com um pote
cuô pru cuati um café
iantes ofreceu um lote
num saco prá o saqué
o saqué secô o pote
dexô o cuati só cua fé
de qui dent do tal pote
inda tinha algum café
e xispô sambano um xote
o inxavido do saqué
qui cuati quá qui cassote
boto o bicho e bato um bote
o qui é qui o saqué qué
iantes porém aviso
sô malvado num aliso
triste ô feliz é o cantadô
queu apanhá prá dá o castigo
apois quem canta cumigo
sai difunto ô sai dotô.
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Na estrada dos desengano
trecho
Na estrada dos desengano
Cantei de noite e de dia
Inludido percurando
Aprender o que não sabia
Quando eu era moço um dia
Risulvi sai andano
Pula estrada da aligria
Aligria percurando
Curri doido atrás dela
Entrou ano saiu ano
Bati mais de mil cancela
Na estrada dos desengano.
Bati mais de mil cancela
Na estrada dos desengano.
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