ADUBAÇÃO VERDE E ORGÂNICA PARA O CULTIVO DO AMENDOIM (Arachis hypogaea L) - Trabalho científico. Consórcio de Amendoim com a mucuna preta aumenta a produtividade em até 64%.

ADUBAÇÃO VERDE E ORGÂNICA PARA O CULTIVO DO AMENDOIM(Arachis hypogaea L)

F.S.O. RODRIGUES FILHO1; M.A.N. GERIN4; T. IGUE3; C.T. FEITOSA2,6; R.R. dos SANTOS5 Seção de Oleaginosas/IAC - C.P. 28, CEP: 13001-970, Campinas, SP.
Seção de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas/IAC - C.P. 28, CEP: 13001-970, Campinas, SP.
Seção de Técnica Experimental e Cálculo/IAC - C.P. 28, CEP: 13001-970, Campinas, SP.
Seção de Oleaginosas/IAC - C.P. 28, CEP: 13001-970, Campinas, SP.
Estação Experimental de Monte Alegre do Sul/IAC - C.P. 50, CEP: 13910-000, Monte Alegre do Sul, SP.
Bolsa de Pesquisa do CNPq.


RESUMO: No período de 1986/87 a 1993/94 foram conduzidos experimentos, em solo Podzólico Vermelho-Escuro, distrófico, textura média, de baixa fertilidade, na Estação Experimental de Monte Alegre do Sul do Instituto Agronômico de Campinas, com o objetivo de verificar os efeitos da monocultura do amendoim, em cultivo contínuo e não contínuo, da incorporação de biomassa de Mucuna aterrima (Piper & Tracy) Holland (mucuna preta) como adubação verde e da aplicação de esterco de galinha como adubação orgânica, sobre a produção do amendoim "das águas" e na variação dos teores de nutrientes no solo. O tratamento "amendoim-contínuo" foi o que proporcionou os mais baixos índices de produção da cultura, com média de oito anos de 1525 Kg/ha. O tratamento "amendoim-mucuna" foi o que proporcionou os mais elevados índices de produção de amendoim, com média de oito anos de 2497 Kg/ha, e com um acréscimo de produção relativa de 64% em relação ao tratamento "amendoim-contínuo". Já o tratamento "amendoim-orgânica" apresentou as segundas mais elevadas produções de amendoim, com média de oito anos de 1948 Kg/ha, e um acréscimo de 28% em relação ao tratamento "amendoim-contínuo"; e o tratamento "amendoim-pousio", apresentou um acréscimo de produção de apenas 7%, em relação ao tratamento "amendoim-contínuo", e com uma média de 1636 Kg/ha. Dentre os nutrientes no solo, o fósforo e o cálcio tiveram seus valores modificados, juntamente com a saturação em bases, de acordo com o tipo de tratamento empregado, no período de 1986 a 1992.
Descritores: amendoim, adubação verde e orgânica, pousio, nutrientes no solo, Arachis hypogaea

GREEN AND CHICKEN MANURES FOR THE PEANUT CROP (Arachis hypogaea L.)
SUMMARY: During the 1986/94 growing seasons, experiments were carried out on a Red-Dark Podzolic soil at the Experimental Station of Monte Alegre do Sul-SP, Brazil, in order to verify the continuous and noncontinuous peanut planting, the incorporation of green manure, of chicken manure and leaving the soil fallow, on the spring productivity of peanut crop. The use of incorporated Mucuna aterrima, as green manure, in rotation with peanut, increased the percentual yield by 64% of the continuous peanut planting; two annual cropping systems of peanut can not be grown, because reduce yields. Incorporation of Mucuna aterrima as green manure, chicken manure and fallow increased the concentration of the phosphorus in the soil, when compared to the continuous planting of peanut crop.
Key Words: peanut, green manure and chicken manure, fallow, soil nutrients, Arachis hypogaea


INTRODUÇÃO
"Um dos maiores desafios para a agricultura nesta década será o de desenvolver sistemas agrícolas que possam produzir alimentos e fibras em quantidade e qualidade suficientes, sem afetar adversamente os recursos do solo e o meio ambiente", já declarava Anson R. Bertand (Miyasaka et al., 1983).
No Instituto Agronômico de Campinas os trabalhos de Neme sobre adubação verde, realizados durante o período de 1934 a 1940, são bastante conhecidos; muito embora, Dutra (1919) já recomendasse a utilização da prática da adubação verde, mencionando inclusive alguns de seus efeitos no solo. Desde então pesquisas vêm sendo realizadas, objetivando estudar os efeitos do emprego da adubação verde através da incorporação da biomassa vegetal, produzida no local ou importada, da rotação de culturas e da adubação orgânica: como mecanismos para obter aumentos de produção das culturas subsequentes, (Miyasaka et al., 1965; Ferraz et al., 1977; Tanaka et al., 1992); como mecanismos para melhorar o aproveitamento dos nutrientes minerais do solo pelas culturas, Andrioli et al. (1993); como mecanismos para melhorar a retenção de água advinda da melhor capacidade de infiltração, diminuindo, consequentemente, a erosão do solo, Alvarenga et al. (1993); como mecanismos para controlar a população de fungos, ervas daninhas e nematóides, (Sharma et al., 1981; Silva et al., 1989); como mecanismos para reduzir a amplitude térmica da superfície do solo e em profundidade, Almeida (1984); como mecanismos para a fixação biológica do nitrogênio, Franco & Souto (1984).
Segundo Kluthcouski (1980), várias espécies vegetais podem ser empregadas como adubos verdes, como por exemplo as leguminosas e gramíneas; mas, de acordo com Inforzato (1947) e Franco & Souto (1984), o emprego de plantas leguminosas é mais difundido devido, principalmen-te, à realização da fixação do nitrogênio atmosférico que essas plantas desenvolvem, e porque os seus sistemas radiculares são mais profundos e mais ramificados que os das gramíneas, melhorando a estrutura do solo e a reciclagem de nutrientes; e tambem porque, segundo informações de Neme (1940), a biomassa das plantas leguminosas é maior e mais rica em teores de nutrientes do que a biomassa das gramíneas.
Inúmeros são os trabalhos realizados com o emprego da prática da adubação verde, da rotação de culturas e da adubação orgânica com a cultura do algodão, Ferraz et al. (1977); com a cultura da soja, Tanaka et al. (1992), e com várias outras culturas de interesse econômico. Entretanto trabalhos de pesquisa de adubação verde, de rotação de culturas ou de adubação orgânica com a cultura do amendoim são raros, ou quase inexistentes, ocasionando a não aplicação dessas práticas e sendo, portanto, o cultivo da oleaginosa, em um mesmo local, a prática mais comumente utilizada.
Devido à escassez de informações de pesquisa sobre a adubação verde e orgânica com a cultura do amendoim, foi conduzido o presente trabalho, com o objetivo de verificar os efeitos do monocultivo do amendoim, contínuo e não contínuo, da incorporação de resíduos vegetais de mucuna preta, como adubação verde, e da aplicação de esterco de galinha, como adubação orgânica, sobre a produtividade do amendoim "das águas" e na disponibilidade de nutrientes no solo.

MATERIAL E MÉTODOS
Experimentos de adubação verde e orgânica com a cultura do amendoim, cultivar Tatu, foram conduzidos durante o período de 1986/87 a 1993/94, em condições de campo, em solo Podzólico Vermelho-Escuro, distrófico, textura média e de baixa fertilidade, na Estação Experimental de Monte Alegre do Sul do Instituto Agronômico de Campinas - S. Paulo.
Foi utilizada a Mucuna aterrima (Piper & Tracy) Holland (mucuna preta) como adubação verde, semeada todos os anos, nos meses de fevereiro, e incorporada ao solo no período do florescimento, com mais ou menos 130 dias após a semeadura, nos meses de junho. Após a incorporação da mucuna preta, foi semeado o amendoim "das águas", em outubro, e obtida sua produção em fevereiro. O procedimento foi repetido durante oito anos.
Como adubação orgânica foi utilizado o esterco de galinha, na dose de 460 g por linha de 10 metros de comprimento, aplicado no sulco de plantio do amendoim "da seca", nos meses de fevereiro; em outubro foi semeado, no mesmo local, o amendoim "das águas", e obtida sua produção. O ciclo foi repetido por oito anos.
No monocultivo do amendoim contínuo, este foi semeado em fevereiro (amendoim "da seca") e em outubro (amendoim "das águas"); somente as produções do amendoim "das águas" foram consideradas nos estudos dos dados. O procedimento foi repetido por oito anos.
No monocultivo do amendoim não contínuo, nenhuma cultura foi semeada nos meses de fevereiro, e o local era deixado em pousio; em outubro foi semeado o amendoim "das águas" e obtida sua produção. O procedimento foi repetido por oito anos.
As produções do amendoim "da seca" não foram consideradas nos estudos, devido ao fato de que somente dois tratamentos serem plantados com amendoim nessa época.
Os canteiros experimentais foram constituídos por 12 linhas de 10 metros de comprimento cada uma, espaçadas de 0,60 m e com 0,10 m entre plantas. Os dados de produção de amendoim utilizados no estudo foram obtidos dos plantios do amendoim "das águas", isto é, o amendoim que foi semeado em outubro e colhido em fevereiro. Foram utilizadas as áreas das seis linhas centrais de cada canteiro experimental, para os cálculos de produtividade. Os experimentos foram conduzidos sempre no mesmo local e plantados exatamente sobre as mesmas linhas, durante o período de oito anos de execução do trabalho. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com uma repetição. Os tratamentos utilizados foram:
1 - Plantio do amendoim "das águas", em local onde foi feito anteriormente o plantio e incorporação de mucuna preta. Tratamento denominado simplesmente de AMENDOIM-MUCUNA;
2 - Plantio do amendoim "das águas", em local onde foi feito anteriormente o plantio do amendoim "da seca". Tratamento denominado simplesmente de AMENDOIM-CONTÍNUO;
3 - Plantio do amendoim "das águas", em local onde foi feito anteriormente o plantio do amendoim "da seca" com adubação orgânica. Tratamento denominado simplesmente de AMENDOIM-ORGÂNICA;
4 - Plantio do amendoim "das águas", em local onde não foi feito anteriormente o plantio de nenhuma outra cultura. Tratamento denominado simplesmente de AMENDOIM-POUSIO.
Por ocasião do florescimento da mucuna preta foram realizadas amostragens da sua parte aérea, para determinações do peso de matéria seca e dos teores de macronutrientes, segundo metodologia descrita por Bataglia et al. (1983), e amostragens do solo, para fins de fertilidade, segundo Raij & Quaggio (1983).
Foi feita a calagem do solo com calcário dolomítico, dois meses antes do primeiro plantio, na quantidade necessária para elevar a saturação de bases para 60%, e o trabalho teve início em outubro de 1986 com o plantio do amendoim "das águas" em todos os canteiros. Por ocasião desse primeiro plantio de amendoim, foi realizada uma única adubação mineral com NPK e mistura de micronutrientes boro, zinco e molibdênio, em todos os canteiros, nas quantidades de 10 Kg/ha de N, como sulfato de amônio; 80 Kg/ha de P2O5, como superfosfato triplo; 30 Kg/ha de K2O, como cloreto de potássio; 0,56 Kg/ha de B, como bórax; 1 Kg/ha de Zn, como sulfato de zinco e 0,035 Kg/ha de Mo, como molibdato de amônio, todos aplicados no sulco de plantio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados médios de produção de amendoim em casca, em Kg/ha, sempre referidos à safra do amendoim "das águas", obtidos dos experimentos conduzidos durante o período de 1986/94 na Estação Experimental de Monte Alegre do Sul, são mostrados na Figura 1 e Tabela 1.

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Figura 1 - Produção de amendoim em casca nos anos agrícolas de 1986/1994.


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Os rendimentos de amendoim em casca foram satisfatórios, exceto quando ocorreram outros fatores limitando a produtividade não inerentes à tecnologia empregada. Para efeito de análise estatística utilizou-se ANO como repetição, possibilitando a obtenção de erro experimental para a avaliação dos efeitos de tratamentos.
Pode ser observado na Figura 1 que a produção de amendoim apresentou uma variação muito grande, de acordo com o ano, o que resultou em um valor do coeficiente de variação (C.V.) de 15,00%. A ocorrência de excesso de chuvas, nos anos de 1988/89 e em 1992/93, e a ocorrência da falta de chuvas em 1991/92, durante as fases finais de desenvolvimento da cultura (florescimento e frutificação), prejudicaram de forma bastante considerável as produções de amendoim, naqueles anos, em alguns dos tratamentos testados, como pode ser visto na TABELA 1; e conforme observado por Gillier & Silvestre (1970), o florescimento e a frutificação da cultura do amendoim estão na dependência dos elementos climáticos, e que uma variação no regime hídrico repercute direta, e muitas vezes intensamente, nos rendimentos da cultura.
Os dados mostram tambem que, nos anos de ocorrência da falta de chuvas ou do excesso destas, a produção de amendoim foi muito menos afetada quando a cultura foi cultivada após a incorporação da biomassa de mucuna preta ao solo, tratamento AMENDOIM-MUCUNA, ou quando foi aplicado o esterco de galinha, tratamento AMENDOIM-ORGÂNICA, em relação aos outros dois tratamentos utilizados (Figura 1). Resultados semelhantes, porém trabalhando com soja, foram observados por Tanaka et al. (1992).
Os resultados obtidos mostram que houve, em média, uma diferença muito grande entre tratamentos, e que essa diferença foi altamente significativa (TABELA 1). De um modo geral o tratamento AMENDOIM-CONTÍNUO foi o que proporcionou, em quase todos os anos, os mais baixos índices de produtividade de amendoim em casca, com média de 1525 Kg/ha; resultados que vêm a confirmar normalmente o que é referido na literatura, de que o plantio continuado da cultura por mais de dois anos em um mesmo lugar, acarreta diminuição da produção. O tratamento AMENDOIM-POUSIO apresentou índices de produtividade semelhantes ao tratamento AMENDOIM-CONTÍNUO, com média de 1636 Kg/ha de amendoim em casca, e com um acréscimo percentual de produção de apenas 7% em relação ao tratamento anteriormente citado. Esses dois tratamentos, AMENDOIM-CONTÍNUO e AMENDOIM-POUSIO, foram os que apresentaram as maiores variações na produção do amendoim, em razão das adversidade climáticas ocorridas nos anos de 1988/89, 1991/92 e em 1992/93 (Figura 1), conforme já mencionado anteriormente.
O tratamento AMENDOIM-MUCUNA foi o que proporcionou os mais elevados índices de produtividade, em quase todos os anos, com média de 2497 Kg/ha de amendoim em casca, e com um acréscimo percentual na produção de 64% em relação ao tratamento AMENDOIM-CONTÍNUO (TABELA 1). Apesar de não terem sido encontrados dados na literatura, da influência direta da prática da adubação verde sobre a produção do amendoim, os resultados obtidos no presente trabalho vêm a confirmar os resultados benéficos de produção obtidos daquela prática na produção de outras culturas (Miyasaka et al., 1965; Tanaka et al., 1992; Mascarenhas et al., 1994).
O tratamento AMENDOIM-ORGÂNICA, proporcionou um índice médio de produtividade de amendoim de 1948 Kg/ha, representando um acréscimo na produção relativa de 28% em relação ao tratamento AMENDOIM-CONTÍNOU.
A produção média de matéria seca (MS) de mucuna preta obtida, os teores de macronutrientes nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio, contidos na matéria seca, e as quantidades desses macronutrientes adicionados ao solo através das incorporações das biomassas de mucuna preta, são mostrados na TABELA 2.

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Observa-se que a prática da adubação verde com mucuna preta produziu, na média dos oito anos, 5943 Kg/ha de matéria seca que foi incorporada anualmente ao solo, fornecendo, também anualmente, quantidades consideráveis de macronutrientes (123 Kg/ha de N, 23 Kg/ha de P2O5, 72 Kg/ha de K2O, 160 kg/ha de CaO e 33 Kg/ha de MgO), enrique-cendo o solo em suas camadas superficiais, podendo ter sido absorvidos pelas culturas subsequentes de amendoim. Resultados semelhantes também foram observados por (Mascarenhas, 1983/84; Tanaka et al., 1992), em trabalhos com a soja.
Os resultados obtidos neste trabalho levam a supor que os aumentos e/ou as manutenções das produções do amendoim no tratamento AMENDOIM-MUCUNA foram devidos ao enriquecimento do solo em nutrientes advindos das incorporações das biomassas de mucuna preta realizadas anualmente, além de seus possíveis efeitos sobre as propriedades físicas do solo. Com relação aos teores dos elementos determinados em amostras do solo, os resultados são mostrados na TABELA 3, e são referentes às amostragens realizadas em 1986 e em 1992.

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Pode-se observar que ocorreu uma grande variação nos teores de alguns elementos, principalmente do fósforo, de acordo com o tipo de tratamento testado, e as maiores variações foram alcançadas com as incorporações das biomassas de mucuna preta e com as aplicações de esterco de galinha. Conforme é mostrado na TABELA 3 , nos tratamentos AMENDOIM-MUCUNA e AMENDOIM-ORGÂNICA, os elementos fósforo e cálcio tiveram seus valores bastante acrescidos e com supostos reflexos nos níveis de produção do amendoim. Em trabalhos realizados por Jansen, 1917; Andrioli et al., 1993), tambem verificaram que a aplicação ao solo de adubo verde e esterco bovino promoveram um incremento nos teores de fósforo e cálcio no solo. Trabalho realizado por Tanaka et al. (1992) mostrou que os teores de macronutrientes contidos na biomassa de mucuna preta são semelhantes aos teores de macronutrientes no esterco de galinha; se bem que pode haver diferenças em riqueza de nutrientes entre os vários tipos de estercos de galinha.
Já as variações nos teores de cálcio e nos valores de saturação de bases, parte podem também ser atribuídas à realização da calagem do solo, feita no início da condução dos experimentos,em 1986; pois que, pelos dados mostrados na TABELA 3, pode ser verificado que o valor do parâmetro saturação de bases (V%) em 1986 foi de 47%, em média, e que esse valor passou para 59% em 1992. Um outro fato que merece ser comentado, é a prática de deixar o terreno em pousio por uma safra, todos os anos. Pode até não ser considerada uma prática economicamente viável, mas que em termos de fertilidade do solo apresentou resultados interessantes: houve considerável aumento no teor do fósforo do solo com o emprego dessa prática, provavelmente devido, além da adubação fosfatada realizada no início do trabalho, em 1986, às incorporações da vegetação expontânea formada durante os períodos de pousio do terreno.

CONCLUSÕES
Após a análise e interpretação dos resultados decorrentes dos oito anos de experimentação, pode-se concluir que:
a) Na cultura do amendoim a utilização de mucuna preta como adubação verde promove maiores produções de amendoim em casca, com rendimentos representando um acréscimo de 64% em relação à semeadura contínua de amendoim, de forma que esta prática deva ser recomendada;
b) Os resultados das análises do solo mostraram que o fósforo, o cálcio e a saturação em bases tiveram seus teores modificados pela prática da adubação verde e adubação orgânica.

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Recebido para publicação em 27.06.95
Aceito para publicação em 14.11.95

Scientia Agricola

On-line version ISSN 1678-992X

Sci. agric. vol. 53 n. 1 Piracicaba Jan./Apr. 1996

http://dx.doi.org/10.1590/S0103-90161996000100013

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