Plantas indicadoras II - agora indicadoras de ambientes ! fique ligado...
Plantas são Indicadores
Plantas, indicadores do ambiente
Algumas plantas indicam o tipo de ambiente por serem encontradas apenas em determinadas condições de solo, clima ou temperatura. Há também espécies que indicam a boa qualidade do ar, como os liquens. Nas cidades, por exemplo, é fácil perceber a ausência desses organismos em locais muito poluídos. Ainda nas cidades, há espécies de plantas capazes de crescer em locais muito pisoteados ou quentes, como calçadas.
A vegetação que cobre uma área é o reflexo das condições locais de temperatura, umidade, luminosidade e o tipo de solo. Cada tipo de vegetação tem suas características próprias. Para ver as diferenças, é preciso olhar de cima a baixo (solo, camadas de plantas, altura da cobertura da vegetação) e em profundidade (o que há por trás do que está à minha frente?).
Quando se observa um morro, a vegetação que cobre o seu topo certamente é diferente da que cobre o vale abaixo dele, onde passa um córrego. Todas essas mudanças refletem a composição do solo, o espaço disponível para as raízes se desenvolverem, a facilidade
de obterem água, assim como a intensidade dos raios solares e dos ventos que atingem as folhas.
de obterem água, assim como a intensidade dos raios solares e dos ventos que atingem as folhas.
Cada bioma brasileiro tem condições de clima e de solo que favorecem o crescimento de um conjunto típico de plantas. Ao visitar regiões de caatinga, por exemplo, podem-se ver plantas muito bem adaptadas ao ambiente seco: em geral são arbustos esgalhados, plantas com folhas pequenas (que significam menor área de perda de água pela transpiração), espinhosas (os espinhos são folhas reduzidas) ou plantas suculentas (que armazenam água como os cactos).
Quando se está viajando pelo Pantanal, podem-se ver desde extensas áreas alagadas cheias de plantas aquáticas até matas secas (que perdem suas folhas na estação seca) sobre alguns morros.
O Pantanal, sendo uma região de transição entre diferentes biomas, apresenta um conjunto de espécies muito variado.
Na região da Mata Atlântica, o clima favorece o crescimento de florestas onde grandes árvores são cobertas de bromélias – plantas típicas de locais muito úmidos. Ao longo da faixa litorânea, onde os rios chegam ao mar, podem-se observar os mangues, onde poucas espécies de árvores, com grandes raízes aéreas, conseguem sobreviver na lama. Há também a vegetação das dunas, onde crescem plantas rastejantes que auxiliam na fixação da areia, e das restingas, vegetação densa com arbustos e cactos.
No Sul do país, as araucárias são indicadoras das florestas sujeitas ao clima frio.
Já no clima quente e úmido da Amazônia está a floresta com árvores enormes que crescem sobre solos rasos e pobres. Muitas espécies de árvores amazônicas têm grandes raízes que auxiliam em sua sustentação. São comuns também entre as plantas amazônicas as folhas grandes e com o ápice pontudo – que funciona como goteira para escorrer a água que se condensa em sua superfície.
É muito interessante que o ecoturista procure conhecer um pouco da história da vegetação que observa. Por exemplo, se olhássemos um mapa da vegetação brasileira no passado, veríamos muitas interligações entre as florestas; hoje existem apenas restos dessas ligações, às vezes através de matas que acompanham as margens de alguns rios. Essas, chamadas de matas ciliares, protegem as margens dos rios evitando a erosão, fornecem alimento para a fauna aquática e servem de corredor para a passagem de espécies da fauna terrestre.
Por esses motivos, as Matas Ciliares são protegidas por lei na forma de Área de Preservação Permanente, conforme o Artigo 2o do Código Florestal Brasileiro (Lei No 4.771 de 15 de setembro de 1965).
No Planalto Central brasileiro, na região dos cerrados, onde os solos são pobres, a seca prolongada e os incêndios freqüentes, crescem árvores pequenas e tortuosas, com cascas grossas e folhas espessas. Quanto mais pobre o solo do Cerrado e mais freqüentes são os incêndios, menos árvores há, e a vegetação é formada principalmente por um tapete de ervas.
Nessa região, existem dezenas de tipos de vegetação formando um verdadeiro mosaico de alta biodiversidade e com muito endemismo. Estima-se que mais de 40% das plantas lenhosas do Cerrado são endêmicas. Atualmente, mais de 50% do Cerrado, que ocupava 23% do território brasileiro, foi substituído por áreas cultivadas.
Em virtude de sua alta diversidade e de acelerado ritmo de ocupação, o cerrado é considerado um dos 25 biomas prioritários para a conservação da biodiversidade do planeta.
No topo de montanhas na região dos cerrados, podem-se observar os Campos Rupestres, uma vegetação composta por ervas e arbustos que cresce em solos pedregosos e entre as rochas. Existe nesse local uma enorme riqueza de plantas, a maioria pequenas, com folhas miúdas e bem próximas umas das outras.
Outros locais rochosos que apresentam flora curiosa estão nas regiões de afloramentos calcários, onde se formam cavernas. Sobre os paredões de calcário, as plantas às vezes lembram a vegetação da Caatinga, já que existem muitos cactos e várias plantas ficam sem folhas na época mais seca do ano. Existem também árvores, como as gameleiras, que desenvolvem extensas raízes que parecem escorrer sobre as rochas. Já dentro das cavernas, a ausência de luz impede o desenvolvimento de espécies da flora e, portanto, não há plantas para serem observadas.
E quem pensa que a vegetação fica estática para ser olhada ou utilizada de alguma forma, deve estar atento: o que se vê em um dado momento é apenas uma fase dentro de um processo ao longo do tempo.
Cada planta observada pode estar em uma fase diferente do seu ciclo de vida – que vai desde a germinação da semente, o crescimento da planta, a produção de flores e frutos até a dispersão das sementes e novamente a sua germinação, garantindo a reprodução da espécie.
Cada planta observada pode estar em uma fase diferente do seu ciclo de vida – que vai desde a germinação da semente, o crescimento da planta, a produção de flores e frutos até a dispersão das sementes e novamente a sua germinação, garantindo a reprodução da espécie.
A cobertura vegetal como um todo também passa por fases. Isso pode ser claramente compreendido quando se observam áreas de vegetação em regeneração: em áreas abandonadas onde a vegetação original foi retirada, podem-se observar as primeiras plantas capazes de crescer sobre os solos expostos – são as chamadas plantas pioneiras.
Com o tempo, a melhoria da qualidade do solo pelo acúmulo de material vegetal em decomposição e o seu sombreamento pelas plantas pioneiras, outras espécies vão se instalando, e aos poucos vai se formando uma vegetação mais rica e parecida com a original. Alguns animais, atraídos pelas plantas, vão trazendo sementes de outras espécies da flora e assim auxiliam nesse processo, chamado de sucessão natural.
Fonte: http://www.ecobrasil.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=329&sid=57
Fonte: http://www.ecobrasil.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=329&sid=57
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