Convivência com o semi-árido : FENAÇÃO , além da silagem é outra forma de armazenar alimentos da época chuvosa para atravessar os períodos de estiagem. Conheça mais..
O que é importante saber sobre fenação
Zootec. Dr. Sérgio Savastano
Dextru – Divisão de Extensão Rural
Dextru – Divisão de Extensão Rural
O que é feno?
Feno é
a forragem conservada mediante uma forte desidratação. Retirando-se a água da
forragem, ela pode ser armazenada por muito tempo sem se estragar, e mantém
todo seu valor nutritivo. Em nosso meio, geralmente o feno pode ser feito no
próprio campo, utilizando-se para a desidratação somente a energia do sol e do vento,
sem necessidade de galpões ou máquinas secadoras.
Para
que fazer feno?
Na
seca, a pastagem não consegue fornecer ao gado alimentação farta e de boa
qualidade.
Para
evitar que a produção do gado diminua nessa época, é necessário reservar
forragens na época "das águas".
O feno
é um dos melhores recursos para isso, principalmente para aqueles pecuaristas
que desejam ter uma exploração intensiva, de alta produção, tanto de gado
leiteiro como de corte. Eqüinos, ovinos, caprinos e búfalos também apreciam o
feno de boa qualidade.
Etapas
da fenação
A
produção de feno na propriedade consiste em 4 operações: ceifa, viragem,
enleiramento e enfardamento.
Quando
a quantidade a ser produzida é pequena, o feno pode ser feito a mão,
utilizando-se ferramentas como alfanje e garfo. Para armazenar pequenas
quantidades, o produtor pode construir facilmente uma enfardadeira manual, ou
ainda estocar a produção a granel.
Para
produzir quantidades maiores, deve-se usar equipamentos próprios, que permitem
mecanizar completamente o processo de fenação. Tais implementos diminuem a
mão-de-obra e o tempo gasto com as operações.
A
velocidade da desidratação é um dos fatores mais importantes para se produzir
feno de boa qualidade. Em dias quentes, ensolarados, com vento e baixa umidade
no ar, o feno pode ser produzido em apenas um dia, ou pouco mais. O produtor
deve acompanhar os boletins meteorológicos da sua região, e só fazer a ceifa
quando a previsão for de tempo bom para os próximos dias.
No dia
da fenação, deve-se esperar levantar o orvalho. Depois, a forragem ceifada
precisa ser revolvida diversas vezes, para facilitar a ação do sol e do vento na seca-gem da massa. Ao final do dia, caso a forragem ainda não tenha atingido o "ponto de feno", ela deve ser enleirada, desfazendo-se as leiras na manhã seguinte. Diante da possibilidade de chover sobre a massa ceifada, convém fazer também o enleiramento, para diminuir a lavagem da forragem cortada pela água da chuva.
precisa ser revolvida diversas vezes, para facilitar a ação do sol e do vento na seca-gem da massa. Ao final do dia, caso a forragem ainda não tenha atingido o "ponto de feno", ela deve ser enleirada, desfazendo-se as leiras na manhã seguinte. Diante da possibilidade de chover sobre a massa ceifada, convém fazer também o enleiramento, para diminuir a lavagem da forragem cortada pela água da chuva.
Ponto
de feno
No
instante da ceifa, a forragem contém aproximadamente 85% de umidade. Com as
sucessivas viragens e afofamentos, ela vai sendo "curada", até
atingir 12-15% de umidade, que é o chamado "'ponto de feno". Na
prática, reconhece-se esse ponto torcendo um feixe da forragem: não deve verter
água.
Deve-se
também cravar a unha nos nós dos talos, de onde saem as folhas. Se o nó
apresentar consistência de farinha, sem umidade aparente, o feno já está
pronto, restando enfardá-lo e armazená-lo em local ventilado, a salvo da chuva.
Os
melhores fenos são obtidos dos capins que têm mais folhas do que talos, tais
como o pangola, pensacola, quicuio, estrela, bermudas (coast-cross, tifton
etc),rodes e jaraguá. Também podem ser feitos com leguminosas como a alfafa,
centrosema, estilosantes etc, desde que com cuidado, para evitar que as folhas
se desprendam do caule e se percam durante o processo de fenação.
Qualquer
que seja a planta a ser fenada, a ceifa deve ser realizada no ponto em que o
teor de nutrientes na planta é máximo. Nos capins, isso ocorre com 35 a 45 dias
de vegetação. Antes desse ponto, a planta tem umidade demais. Depois disso, ela
se encontra "passada", excessivamente fibrosa. Nas duas situações, o
valor nutritivo não é o ideal.
Prado
de feno
Nas
propriedades que podem mecanizar a produção de feno, deve ser escolhida uma
área de solo fértil, plana, e sem tocos, pe dras, cupins e formigueiros. O solo
deve ser muito bem corrigido com calcário e fosfato.
É
possível produzir até 4 toneladas de feno por hectare, por ano, fazendo-se adubações
de manutenção após cada corte, durante a estação de crescimento da forrageira
(estação das águas). Na época da seca, deve-se pastorear o gado no prado de
feno, para aproveitar a forragem produzida nesse período e, ao mesmo tempo,
fazer uma adubação orgânica, através das fezes e urina dos animais.
As
plantas invasoras precisam ser combatidas no prado de feno, porque dificultam a
desidratação da forragem e diminuem o valor nutritivo e comercial do feno.
Recomenda-se
que o prado de feno seja constituído por apenas uma espécie forrageira.
Deve-se
evitar, também, o rodízio do prado por toda a área ocupada pela pastagem: isso
complica a necessária preparação e manutenção do prado.
O
pecuarista deve lembrar-se, ainda, que a fenação representa uma grande retirada
de fertilizantes do solo. Desse modo, deve consultar o técnico da Casa da
Agricultura, que recomendará as adubações corretas, evitando que o prado perca
rapidamente sua capacidade de produção.
Uso do
Feno
O feno
de melhor qualidade é aquele que provém de forragem cortada no ponto ideal e
curada rapidamente. É um feno ideal para bezerros e outras categorias mais
exigentes do rebanho. Quando a forragem cortada está "passada" ou
toma chuva, o feno apresenta qualidade inferior e deve ser reservado às
categorias menos exigentes do rebanho.
Em
condições normais, 5kg de feno por dia são suficientes para suplementar a
alimentação de uma vaca adulta. Portanto, um hectare corretamente conduzido
pode fornecer feno para suplementar 6 vacas durante quatro meses de seca. O
pecuarista faz um bom negócio, quando consegue fenar todo o excedente de capim
produzido na estação das águas.
Mesmo
que seu gado não venha a consumir todo o feno produzido, é relativamente fácil
vender o excesso para terceiros, desde que seja um produto de boa qualidade.
O pecuarista pode aproveitar a fartura da época das águas para
viabilizar a alimentação do gado na época da seca, entre maio e outubro. Uma
alternativa sugerida pelo médico veterinário Nelson Arruda Monteiro de Arruda,
professor do curso de Zootecnia do campus da UFMT em Rondonópolis, é a produção
de feno a campo, uma tecnologia simples e barata mas ainda pouco usada pelos
pecuaristas da região sul do Estado. Para estimular o uso dessa tecnologia, o
curso de Zootecnia produziu um manual técnico que ensina como produzir feno a
campo para bovinos e equinos (veja acima).
Na prática, o professor Nelson Arruda explica que o feno é o capim desidratado,
visando o seu uso na época em que há deficiência na produção de gramínea. Ele
explica que, mesmo desidratado, o feno guarda os nutrientes necessários para
alimentação de bovinos e equinos. O professor ressalta a importância do manual
ensinando a sua produção, especialmente porque o feno comprado na região vem de
outros estados e a um custo elevado. Além disso, observa que a região, muitas
vezes, produz um feno de qualidade muito ruim, por falta de orientação técnica.
Para alimentação do gado na estiagem, os produtores da região usam,
principalmente, a silagem, a capineira de cana-de-açúcar e de capim elefante,
entre outros.
A técnica de produção ensinada pelo manual privilegia a sustentabilidade, haja vista que se vale das energias eólica e solar. Nelson Arruda argumenta que, na região sul do Estado, os produtores encontram condições ideais como dias ensolarados, umidade em torno de 60% e vento na medida certa para a produção do feno a campo. Com isso, destaca que é possível produzir um material de baixo custo, em abundância, e solucionar o problema da alimentação de bovinos e equinos na seca. “É uma alternativa extremamente viável para a região”, analisa o professor sobre a utilização do feno.
A quantidade a ser fornecida para bovinos e equinos na seca deve ser entre 1,7% a 3% do peso vivo do animal por dia. Nelson Arruda exemplifica que em um boi de 500 quilos a quantia a ser dada ao animal deve ser 10 quilos ao dia. Para reconhecer um bom feno, também dá algumas dicas: caules finos e macios, cor esverdeada, sem substância estranha, sem bolor, sem fermentação, com cheiro agradável (de planta verde) e boa palatabilidade aos animais.
Vale ressaltar que essa tecnologia pode ser uma boa alternativa, principalmente, aos pequenos produtores. Cópias online do manual podem ser requisitadas pelo e-mailnelsonarruda.vet@bol.com.br ou pelo telefone (66) 9631-6551.
A técnica de produção ensinada pelo manual privilegia a sustentabilidade, haja vista que se vale das energias eólica e solar. Nelson Arruda argumenta que, na região sul do Estado, os produtores encontram condições ideais como dias ensolarados, umidade em torno de 60% e vento na medida certa para a produção do feno a campo. Com isso, destaca que é possível produzir um material de baixo custo, em abundância, e solucionar o problema da alimentação de bovinos e equinos na seca. “É uma alternativa extremamente viável para a região”, analisa o professor sobre a utilização do feno.
A quantidade a ser fornecida para bovinos e equinos na seca deve ser entre 1,7% a 3% do peso vivo do animal por dia. Nelson Arruda exemplifica que em um boi de 500 quilos a quantia a ser dada ao animal deve ser 10 quilos ao dia. Para reconhecer um bom feno, também dá algumas dicas: caules finos e macios, cor esverdeada, sem substância estranha, sem bolor, sem fermentação, com cheiro agradável (de planta verde) e boa palatabilidade aos animais.
Vale ressaltar que essa tecnologia pode ser uma boa alternativa, principalmente, aos pequenos produtores. Cópias online do manual podem ser requisitadas pelo e-mailnelsonarruda.vet@bol.com.br ou pelo telefone (66) 9631-6551.
Além de barata, produção de feno se
mostra acessível
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